sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um Sentido na Vida

                Para todos os efeitos, o companheiro ou companheira é um entretenimento natural, algumas vezes funciona como comédia, outras vezes drama, ação, terror, etc.
                Muitas vezes, quando este entretenimento passa a ser lugar comum, ou quando não temos este entretenimento, e poucos outros, uma voz se faz ouvir na consciência, ou no coração. Uma voz que nos diz que há algo errado, uma voz que dá a entender que sempre esteve lá, mas que foi ignorada ou simplesmente não foi percebida.
                Esta voz costuma questionar nosso caminho, nossa jornada em direção a vida adulta, a vida ativa. E, conhecidência ou não, quando esta voz aparece percebemos que em algum momento nos desviamos do nosso caminho, daquele traçamos enquanto jovens e impetuosos.

                Algumas pessoas queridas costumam me questionar o que fazer neste momento.  Vou tentar traçar uma forma que criei para mim, e que pode servir de exemplo para outros.

                O primeiro passo é identificar a situação atual, começando pela identificação dos pilares da sua vida. Feito isso, vamos olhar para trás e ver como aquele pilar estava no passado, depois ver como está hoje, e aí sim projetar nosso objetivo para o futuro. Este objetivo deve ser acompanhando por um plano de ação, e de um prazo. Sem prazo e ação nenhuma transformação será possível.

Sendo 1 a menor nota, e 10 a máxima, vamos tentar colocar isso no papel:

Pilar
Passado
(5 anos?)

Presente
Futuro
(1 ano?)

Ação
Vida Familiar
8
4
8
????
Vida Profissional
5
8
7
????
Vida Acadêmica
8
8
5
????
Vida Financeira
8
9
10
????
Vida Amorosa
10
2
7
????
Vida Saúde
7
4
10
????
Vida Social
5
7
7
????
Vida ...
..
..
..
..
Vida...
..
..
..
...

Observem alguns detalhes interessantes.
1.       Não é preciso querer ser Nota 10 em todos os âmbitos da vida, e não é demérito não querer mais ser 8 e sim 5;
2.       Se sua lista de pilares for muito maior que a do exemplo, como o dobro, o triplo, é preciso ter o dobro ou triplo do esforço. Esforço para manter a vida agregada, isto é, manter a vida sobre um único eixo, e ser uma pessoa “centrada”. Isto porque fragmentos tendem a se separar quando não estão sobre controle de um “sol central”;

A respeito da ação, é preciso ter em mente uma realidade dura: As vezes temos que destruir o que construímos.

Pense na sua vida como uma grande arvore. Observe que numa arvore nem todos os galhos levam ao topo. E algumas vezes percorremos o caminho da vida por certos galhos laterais, as vezes de grande comprimento, e se nosso objetivo é chegar ao topo da árvore, por ele não vai ser possível...  e neste caso é preciso voltar até o tronco – nosso ego, nosso coração – e ir na direção de um novo galho, o galho certo, aquele que está na direção do céu.

Mas aprendam uma verdade: a “volta” é uma ilusão. Não existe “volta”. Podemos mudar o sentido, mas estamos sempre “indo”, por que os tempos são outros...

E não se esqueçam jamais: se a vida fez de você a pessoal que você é, agora mais consciente do que antes, não há razão para se envergonhar.

Caso precisem de uma luz guia, sigam o conselho do grande mitólogo Joseph Campbell – mentor de grandes produções do cinema como Indiana Jones e Star Wars –  a respeito da saga do Herói (que pode ser vista não só na mitologia das religiões,  como também em filmes, como os citados) em sua preciosa entrevista compilada como “O Poder do Mito”:


Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo".

2 comentários:

  1. Danilo, Parabéns! Seu texto foi de um realismo absurdo e necessário.

    Vivemos fases.

    Na adolescência tudo o que nos interessa é o momento e queremos curtir tudo o que a vida tiver para oferecer. Tudo é intenso demais, a felicidade e a tristeza.. e passam rápido também.

    Aos 20 e poucos anos, começo da vida adulta, somos tomados por sonhos, vontade de realizar tudo e temos muita disposição. Queremos ser os melhores em tudo: na profissão, na vida social, na vida financeira, na vida pessoal. E ser melhor em tudo muitas vezes gera conflito: não dá para ser o maior pegador da turma e ter uma namorada apaixonada, não dá para ir em todas as baladas e ser promovido no trabalho. Mas aos 20 poucos anos a gente tenta fazer tudo.

    Ai, no final dos 20 anos e começo dos 30 bate a crise. Você percebe que não realizou tudo o que queria. Primeiro se sente frustrado, depois aceita. Bate o vazio que vc citou em seu texto e vem a hora da ação (como vc escreveu) o momento de destruir para construir.

    Depoimento pessoal: já passei pela crise dos 30 e já descobri que preciso destruir muita coisa para construir o que realmente quero para mim. É necessário descobrir que caminho se quer percorrer, o que é mais importante para vc e deixar coisas para trás para tentar ter mais sucesso nas escolhas para a próxima fase da vida. É difícil abrir mão de algumas coisas, algums desilusões mostram o que realmente é importante e assim a gente tenta se preparar para a próxima.

    Não sei o que vem lá pelos 40 anos, nem pelos 50... dizem que nos 60 anos tudo começa a fazer sentido e sua mente passa a se tornar tranquila.

    Vou fazer uma planilha para mim.

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  2. Danilo, Muito Bom!!!!!!
    Seu texto foi ótimo, faz pensar em muita coisa que devemos deixar de lado, coisas que lutamos contra, coisas que simplesmente não conseguimos, vícios, etc.
    Estou na casa dos 20 e poucos anos, muito para construir, muitos sonhos, mas vejo que não é possível fazer tudo de uma vez...
    Com certeza a planilha será muito útil... voiu fazer a minha...

    Bjos e saudades de você
    Dani Ortega

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