terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando aprendemos a esperar

Texto de Nádia Ilvana

Na minha adolescência o nosso hino era “não temos tempo a perder”.
Fomos criados para fazer e acontecer no mundo.

Nossos passos se tornaram cada vez mais rápidos, maiores até do que nossa capacidade de andar.

E a gente foi vivendo, caminhando, correndo... mas um dia o universo se encarrega de nos fazer parar.

Ai vem a voz da nossa vovozinha falando “toda vez que você não souber o que fazer, pare, respire fundo e ESPERE que tudo de resolve no final”. Ah, quantas vezes eu achei esse discurso ridículo e sai correndo feito louca para viver a “Vida Louca Vida”.

E ao olhar para trás podemos ver quantos erros cometemos.
Mas esse não é o problema, pois cometer erros é mais do que normal.
O problema é que cometemos exatamente os mesmos erros, justamente porque não paramos para analisar onde é que estávamos errando.

Temos tanta pressa de viver que acabamos não saindo do lugar. E de que adianta passar por cima de uma situação e não resolvê-la se lá na frente seremos parados de novo por esse mesmo problema?

Esses dias eu estava numa aula de dança e meu professor me disse que se eu não esperar e não me permitir sentir o momento eu não entro em harmonia nem com o parceiro e nem com a música, logo errarei os passos. Depois que passei a respirar e esperar as coisas começaram a fluir.

A vida é exatamente assim, não dá para sair fazendo as coisas, é preciso harmonizar.

E muitas vezes o melhor que pode nos acontecer é nada.

Quando viemos de uma seqüência de erros, sejam eles no trabalho, no amor ou em qualquer outro tipo de relação, o melhor que temos a fazer é parar tudo e dar um tempo.
Nesse tempo vamos observar, pensar e ter conversas francas.

Com essa mania de sair vivendo e acelerando, esquecemos de trocar uma idéia com a pessoa mais importante que pode existir para qualquer um de nós: a gente mesmo. E essa pausa na vida que reservamos para nos conhecer se chama Espera.

Só aprendemos a viver quando aprendemos a esperar.