domingo, 6 de março de 2011

Sinais - Parte 2 - Respeito


           "Aprendemos a voar como os pássaros, aprendemos a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos"
                                                                                      M.Luther King

                “A espada é a alma do samurai”, disse Tokugawa Ieyasu num período que marcou o fim do Período Muromachi, numa época em que armas de fogo começavam a chegar ao Japão Medieval, no século XVI. Época esta marcada pelo surgimento de um novo significado para a vida.

                “Deus fez os homens diferentes, uns fortes e outros fracos. Samuel Colt os igualou...”

            Com uma espada nas mãos o samurai era capaz de sentir o peso de cada vida que tirava, mas com uma arma de fogo isto não existia. Passou a ser tão simples tirar uma vida, e isto não podia estar certo. E uma reflexão surgiu, uma ideia de que o valor do samurai não era a habilidade de tirar vidas, e sim a de respeitá-la e valorizá-la com atitudes que possuíssem em si um significado nobre, dando origem ao verdadeiro Bushidô. E através do Bushidô que surge o verdadeiro espirito da espada japonesa na lâmina do Tsurugui, com seu duplo corte capaz de derrotar a falsidade e lutar pela verdade.

            O respeito é inerente à verdade. Sem a verdade a falsidade prepondera e viveremos tendo pessoas que nos elogiam em nossa frente e nos criticam pelas costas. Porque existem jardineiros respeitados e empresários que desdenhamos? Porque o respeito não é inerente a função, não é inerente a raça, religião ou classe social. É sim inerente ao caráter, a verdade, ao verdadeiro valor da alma.

           " Conheceremos a árvore pelos seus frutos.-  S. Mateus"

            Evite conclusões precipitadas. Só respeitamos o que conhecemos, e não se pode julgar um livro pela capa.

            E naturalmente, o que até não precisaria ser citado, quer respeito? Faça por merecer!

            Quem convive comigo pode estar cansado de ouvir minhas conversas sobre julgamento de valor, mas vai aí mais uma boa citação a este respeito:


            As pessoas crescidas adoram os números. Quando você lhes fala de um novo amigo, elas nunca perguntam o essencial: “Qual o som de sua voz? Quais são os seus brinquedos preferidos? Ele coleciona borboletas?” Elas sempre perguntam: “Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele têm? Quanto ele pesa? Quanto ganha seu pai?” Somente então eles acreditam tê-lo conhecido. 
            Se você diz às pessoas crescidas: “Eu vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas janelas e pombos nos telhados...”, elas não conseguem nem imaginar essa casa. É necessário dizer-lhes: — “Eu vi uma casa de cem mil francos”. Então elas exclamam — “Como é bonita!”

          Antoine de SAINT-EXUPÉRY (O Pequeno Príncipe)