quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Conceito de Valor

Baseado numa conversa com minha querida amiga - e hoje leitora do Mais Sentido- Elen, a Danete!



                Todos aqueles que buscam o reto caminho encontram em algum momento a sábia orientação de “procurar dentro de si aquilo que quer encontrar fora”. Sem dúvida um conselho de valor, mas, como todos os conselhos e ensinamentos, deve ser contado, pesado e medido.

                A importância, o VALOR, de todos os elementos, materiais ou não, só podem ser definidos quando comparados entre si através de algum critério.

                Sendo assim, evite a solidão e coloque-se ao lado pelo menos dos mais próximos – família, amigos, colegas, sociedade.  Divida suas alegrias, e pese novamente suas tristezas.

     É certeza que seus problemas são importantes, isto não está em discussão!  Mas tenha a consciência de que os problemas de uma criança na segunda série do primário são tão importantes quanto as tuas metas na empresa. Saiba que mesmo aquelas pessoas “ricas” com uma vida perfeita também tem problemas, assim como aquele adulto ou criança no farol que troca a dignidade e orgulho por esmola, ou doces por dinheiro.

     O valor só se define em balanças. Os relacionamentos são as balanças da vida, e também as pontes que nos proporcionam crescimento por trocas. O amor é o que uni. A consciência é a nossa espada, que nos permite decidir o que será ou não excluído.

“Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela, desta forma já se pressupõe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem, desta forma já se pressupõe o mal.
Porque Ser e Não-Ser geram-se mutuamente...”

                                                                                               – Lao Tzu, Tao Te King

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quadrilha


Carlos Drummond de Andrade



João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

sábado, 17 de outubro de 2009

The Goodfellas




                Não sei de vocês, mas eu cresci ouvindo que deveria procurar bons amigos, que somassem em algo. Sem dúvida um conselho de valor.

 Mas também lembro bem do dia que minha mãe disse a meia dúzia de amigos meus que não me dessem ouvidos, pois caso o contrário eles iriam para um “mau caminho”. (É sério, eu me lembro mesmo... foi no dia que inaugurou o Shopping São Caetano, hoje uma galeria triste... eu e uns camaradas estávamos de saída para visitá-lo)

Mais de dez anos se passaram, e completando as lembranças do passado com os olhos do presente, vejo que entre um conselho e outro existe um caminho do meio, um meio termo, em que os amigos se apresentam como um complemento ao caminho que queremos percorrer...

Compliquei? Vamos tentar melhorar...

Lembram-se do “diga-me com quem andas e te direis que és” ???

Pois bem, a sentença é real porque pessoas semelhantes percorrem caminhos distintos, mas semelhante em valor.

Logo, não são as qualidades que unem os amigos, mas os valores! Não interessa se gosto de medicina ou Fórmula 1. Não me importa se você é faxineira ou empresária. Importa sim é seu caráter, sua forma de lidar com vida.

E, mais uma vez, vale a sentença mágica:

“Os opostos se distraem, os dispostos se atraem”
                                                   - O Teatro Mágico

domingo, 11 de outubro de 2009

Na Balada

Uma das coisas mais normais que podemos fazer é ir à uma Balada. Mas o que as baladas nos reservam nos dias de hoje?

Ontem à tarde fui curtir um show de samba no Santa Aldeia com uma turma de amigos. O sábado estava tranqüilo enquanto havia Sol e o álcool ainda não havia subido para a cabeça das pessoas. Foi como uma magia, mas foi só escurecer que o povo pirou.

A faixa etária dos freqüentadores não era baixa, calculo que a maioria do pessoal devia ter em torno de 25 a 30 anos, ou seja, não havia crianças no local. E o local também está longe de ser um desses inferninhos que as pessoas vão quando querem pirar o cabeção, pelo contrário, a casa favorece um público mais tranqüilo e mais envolvido em curtir uma boa música. Mas não adianta, parece que as baladas no geral são assim hoje: uma futilidade assustadora.

Tudo bem que eu sei que estou ficando velha, mas meus amigos bem mais novos também acharam que a coisa está passando dos limites. Todo mundo xaveca e beija todo mundo, sem o menor critério. Ninguém se importa em curtir a pessoa, só ligam para a quantidade de beijos que dão. As bocas se encontram, ninguém pergunta nem o nome, o beijo acontece, já acaba e a pessoa já esta beijando outra em seguida.

Será que isso tem graça? Será que isso é gostoso e é capaz de despertar um tesão maior do que curtir uma pessoa a noite toda? Quero deixar claro que minha posição aqui não é moralista, apenas acho que a qualidade é melhor que a quantidade.

Primeiro, ninguém liga para atração física, saem atirando para todo lado e pegam o que cair na cara primeiro. Acredito que numa balada o gostoso é se deixar envolver de cara por alguém que lhe desperte alguma atração. Ai, se a aproximação acontece e rola algo, quanto mais se curte, maior o prazer. É só com o tempo que o abraço fica melhor, que o beijo se aprimora, que os carinhos ficam mais gostosos.

Recebi tanta cantada que se eu fosse alguma garotinha ingênua eu até poderia me achar gostosa por isso. Outra coisa, a qualidade das cantadas está pior a cada dia.

Algumas coisas, que nem podem ser chamadas de cantadas, me irritavam porque chegavam aqueles caras até bonitos, mas caindo de bêbados falando merda e já querendo beijar. Uns nem falavam nada, já iam em direção à nossa boca e se a gente não está esperta já tomava um beijo sem querer. Quase soquei uns 30.

Outros falavam umas coisas tão sem propósito que me faziam dar risada. Um deles disse que me vestido era lindo, só que eu estava de calça jeans... Minha amiga foi obrigada a dizer para o cidadão parar de beber. Outro disse que se o Charlie me conhecesse ele ia despedir a Lucy Liu e me contratar para o lugar dela em As Pantera... rsrsrs. Essa até que foi engraçadinha, mas isso não é cantada que encante mulher alguma. Eu não sou mais Alice e já não estou mais no País das Maravilhas faz tempo. Será que ainda existem Alices?

Pode ser que essa galera curta alguma coisa, mas acho que curtiriam muito mais se deixassem essa moda de lado e valorizassem as pessoas. Esse tipo de curtição é a mais solitária possível. Você fica com 10 numa noite e não curtiu ninguém, não conheceu ninguém e está sempre sozinho. Você vai para casa sozinho, não tem para quem ligar no dia seguinte, nem um telefonema para esperar e segue sempre só.

Vi homens bonitos fazendo papéis ridículos, vi outros nojentos de bêbados que não despertavam tesão algum. Vi mulheres bonitas caindo do salto, vi decotes sendo invadidos por mãos vindas de todos os lados e numa rotatividade absurda. As mãos entravam e saiam tão rápido que nem dava para sentir tesão.

Um casal se agarrou na nossa frente, saiu caindo em cima de todos, os peitos da menina quase ficaram para fora da roupa e de repente o cara saiu andando, deixando a menina parada ali no meio. Questão de segundos ele começou a agarrar outra ali na frente dela, que passou por ele, deu uma esbarrada forte, mas nem sei se ele a reconheceu. Será que isso foi bom para alguém?

Sei que eu e minha turma adoramos a balada, o show, mas em muitas vezes nos irritamos com essa pegação toda. As meninas com seus namorados ainda tinha algum sossego, mas as solteiras tiveram algum trabalho, porque chega uma hora que irrita esse assédio de bêbados ridículos em cima da gente.

Todos eram assim? Lógico que não. Tinha muito homem interessante no lugar também, mas esses estavam mais de canto, curtindo a música numa boa e bebendo sem compulsão, o que é um baita charme. Mas, como essa é a minoria, os “normais” acabam ficando cada um na sua, de canto e podem até perder oportunidades, porque nessa de não saber quem é quem o melhor é se reservar.

Que em balada não é lugar de arrumar namorado isso todo mundo já sabe, mas eu, como solteira, gostaria de ter o direito de poder curtir uma balada numa boa, dançar, conversar com os amigos, sem ter a obrigação de beijar.

Nem toda pessoa solteira está à procura de alguém, ou de qualquer alguém. E nem toda pessoa solteira está tão carente de carinhos que precisa se sujeitar a qualquer resto. Ao mesmo tempo que todo mundo quer ter alguém na vida, nem todo solteiro está desesperado por isso e muitas vezes é bom namorar com a gente mesmo por um tempo. Quando estamos solteiros devemos aprender a nos conhecer melhor e a nos amar, e não o contrário.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...



Hoje recebi este texto de uma amiga que não veja há um bom tempo, Adriane Endo. Nos descasos da vida podemos sentir tudo, carência, saudade... mas temos que lutar sempre contra a solidão. Por isso nos reunimos aqui.

Obrigada pelo texto, Adriane!
Boa Sexta-feira e um grande beijo a todos.

E não se esqueça do nosso email: maissentido@gmail.com