sábado, 7 de maio de 2011

Dharma


Quem conhece os outros é inteligente,
Quem conhece a si mesmo é sábio.
                                               - Tao The King
               
               
                De onde eu venho não acreditamos em destino, mas sim em Dharma (hindu) que é semelhante ao Tao Chinês e ao Dô japonês.

                O destino para os ocidentais é aquele ponto no futuro em que a pessoa chegará de uma forma ou de outra... mas numa época como a nossa dificilmente acreditaremos em algo deste tipo, uma vez que sabemos que toda ação tem sua reação, e que sem os passos certos em direção ao nosso objetivo jamais o alcançaremos, uma vez que cada decisão nos conduz para um caminho diferente.

                Já o Dharma não possui esta conotação de pautar nosso futuro, mas sim o de determinar nossa função no mundo, na sociedade, com base nas nossas Skandas ou Virtudes, sendo que esta era a ideia original das castas hindus que com o passar dos anos foi terrivelmente deturpada.

                Bem aventurados são aqueles que conhecem o seu Dharma, pois encontrarão a felicidade na vida. Já os que ignoram vivem com amargor e sem animo, sempre buscando motivos para não desistir, e sempre buscando distrações para preencher o vazio que habita no coração e na mente, gerando desta forma o Karma que outra coisa não é senão a força que nos puxa para o caminho do meio, o caminho do Dharma, e que os ignorantes erroneamente tomam como “castigo”.

                Entender o Karma é fundamental para os que buscam o equilíbrio. A natureza não faz distinção de bem ou mal, “para ela os homens são como cães de palha destinados ao sacrifício”  (Tao The King). A natureza apenas busca equilibrar o que não está em desequilíbrio, não importa para qual lado está o maior peso. Ou seja, isto é importante, não importa se você leva uma vida de bondades, sempre levando o bem a todos, isto não significa que você esteja cumprindo o seu Dharma!

                A natureza do bem e do mal não é dada ao homem conhecer, devemos sim busca-la, mas nunca nos esquecendo de “que ninguém é bom” (Marcos 10:18). O ideal é que evitemos todos os excessos, inclusive o das virtudes (Horizonte Perdido), “não sendo demasiadamente justo ou sábio, correndo o risco destruir a si mesmo”  e principalmente “não sendo sábio aos próprios olhos...” (Salomão) para que desta maneira, sem as distrações e vaidades, o Dharma, seja claro para nós e assim possamos trabalhar para melhor expressá-lo, colaborando não só conosco, mas com todos os que nos cercam e consequentemente o mundo, na mais pura expressão do “pensar globalmente e agir localmente” de maneira holistica, completa e verdadeira.
                
                OM MANI PADME HUM