sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal



Diga-se de passagem, um amor de natal é pura política quando as famílias se envolvem.

Eu realmente não vejo mais sentido no “Feliz Natal”... o que exatamente isto significa? É um feliz dia 25?

Gosto de receber Feliz Natal de pessoas que não vejo a tempos, como a mensagem que recebi da minha amiga Melissa Tieko! Isto porque sinto o carinho da lembrança!

Mas um natal político é muito triste.

                - Roupa nova... pra que? Não é festa de aniversário, mesmo que devesse ser...
                - Presentes... pra que? Se o nazareno é o aniversariante, pra que presente pra outros?
                - Diplomacia... pra que? Pra agradar a quem? Por quê? Por quê o foco foi alterado?
                - Comida... pra que? O que os frangos grandes fizeram pra merecer isso?

A proposta do “MAIS SENTIDO” é dentre outras dar MAIS SENTIDO a nossa vida. Longe de nós invocarmos o niilismo, mas é importante pararmos um tempo para medir o valor dos elementos que nos cercam para identificar o que está superestimado ou desvalorizado, e fazer a devida medida de cada um.

Como muitos sabem, a Festa de Natal foi uma invenção romana para dar um novo significado – cristão –  as Festas Saturninas Romanas, estas por sua vez serviam para agradar o (superficialmente) deus do tempo Chronos ou Saturno para que o mundo (comida) não acabasse com os rigorosos invernos.

Desta época, evoco dois sentidos importantes, o primeiro é que durante a semana saturnina todos eram homens livres!

O segundo sentido, este sim do dia 25, é o louvor a Mitra, deus do sol, ou Deus Sol. Este como símbolo da Luz, da sabedoria, da consciência e do Sentido! Do Sentido Maior!

E sobre o Nazareno, tenhamo-nos como exemplo, e não como ícone ou ídolo. Homens, Sábios, Deuses e Mestres dispensam aplausos.

E agora, num contexto consciente e amoroso, Feliz Natal a todos!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ser feliz incomoda muita gente

A padronização é que mata a individualidade e criatividade das pessoas. Não dá chance de o indivíduo se descobrir e não abre espaço para deixar brotar o que pode estar só esperando terreno fértil.

A verdade é que com todas estas regras e preconceitos, se torna muito difícil e inconveniente ser diferente. Ou temos que ser muito corajosos para ir contra todos esses preceitos, ou acabamos nos moldando, engolindo tudo que nos empurram para não darmos margem a comentários e pensamentos contrários caso não nos adequemos aos padrões muito sutilmente impostos. Afinal, nada é tão descarado. Agimos como se fossem tempos ultra-modernos onde cada um tem direito de viver da maneira como lhe convier.

Isso não é bem verdade. Há um cobrança invisível e mascarada implícita por parte de todas as pessoas, tornou-se tudo automático. As pessoas não questionam mais nada! Nem a si mesmas e nem as regras. Aceitam tudo como se fosse a única verdade existente. Não deixo de pensar no dia em que se darão conta disso, como se sentirão.

Você até pode seguir todas essas regras, mas desde que pense sobre elas antes, veja se faz sentido para você e aí está tudo bem. Mas não simplesmente porque alguém te condicionou a agir assim.

Triste daqueles que se submetem a somente repetir o que os outros mandam, sem nem lembrar-se de quem são.

Consideram graves os casos dos que não trilham o mesmo caminho, os diferentes. Mas grave é quem se violenta forçando-se a ser igual. Neste ponto é que começa a tal amargura.

Pois quem se mutila para seguir o exemplo do outro, nunca descobrirá a beleza de viver!

Texto de Alessandra Dietrich

(Minha grande amiga e leitora fiel, Natália Mendes, enviou esse texto para nós e, tudo que faz Mais Sentido, aqui é publicado)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Travessia




Existem várias teorias sobre como fazer um relacionamento dar certo. E a verdade é que a verdade não existe. Mas a nossa experiência, vinda da travessia já percorrida, indica por quais estradas não vale à pena seguir.

Uma das muitas teorias sobre o amor é a de que os opostos se atraem. O difícil é classificar esta oposição. Oposição a que? Oposição a características físicas e psicológicas ou oposição ao rumo de vida?

Lógico que duas pessoas com personalidades diferentes, como um tímido inteligente e um comunicativo disperso, podem se atrair exatamente por suas diferenças e com isso se completarem.

Solto A Voz Nas Estradas

Existe um ponto, porém, em que não dá para haver oposição. Não há como duas pessoas, que querem seguir por caminhos diferentes na vida, consigam se unir. Independentemente de características opostas, objetivos de vida precisam ser algo em comum.

Se um sonha em casar, em ter filhos e viver no interior e o outro pensa em trabalhar muito na capital e viajar o mundo, dificilmente isso daria certo. Uma pessoa muito família com alguém de vida livre também não combina, assim como um esportista e um boêmio. São ideais de vida muito diferentes para que o relacionamento dê certo.

Quando duas pessoas se encontram e passam a ter vontade de construir um amor é necessário verificar se elas estão dispostas a seguir juntas pela mesma estrada. Por mais diferenças que tenham, se a felicidade que buscam estiver na mesma direção, isso já é um bom caminho.

Minha Casa Não É Minha E Nem É Meu Este Lugar

Muitas vezes nos relacionamos com pessoas que tem objetivos de vida muito diferentes dos nossos, mas nos apegamos por admiração, atração física, apego sexual, carência ou medo de ficarmos sozinhos.

Pensamos que podemos mudar a pessoa ou nos anulamos para tentar fazer com que tudo dê certo. Isso pode funcionar por algum tempo, mas o próprio tempo se encarrega de revelar as verdades. Precisamos aceitar as pessoas como elas são, mas temos a liberdade de decidir se queremos atravessar a vida com elas ou não.

Ninguém termina um relacionamento por causa de uma toalha molhada que ficou em cima da cama, mas porque compramos um bilhete de viagem para o futuro com um destino diferente da pessoa que largou a toalha. Depois que a paixão passa, vem a nossa vida.

Meu Caminho É De Pedras

Temos que tentar, porque é difícil acertar de primeira. Conhecemos pessoas e nos deparamos com as diferenças com o tempo. A parte chata da história é que sempre uma das partes percebe primeiro que esse casal não está seguindo pelo mesmo caminho.

Toda separação é dolorida, mas é algo pelo qual temos que passar justamente para tentar ser feliz, já que junto não é possível.

Quem ouve o “não dá mais” se sente péssimo no momento, porque ninguém gosta de ser rejeitado. É como se tivéssemos sido incompetentes no amor e ninguém gosta de falhar. Mas podemos amar, admirar, ter tesão e querer o maior bem de uma pessoa que não queremos ao nosso lado simplesmente porque escolhemos estradas diferentes para seguir.

Vou Querer Amar de Novo

É difícil abrir mão de quem a gente gosta, mas amar alguém é também deixar a pessoa partir. Existe amor maior do que permitir que a pessoa siga sua travessia e seja feliz? Ainda somos muito egoístas, uma normal característica humana, mas viveremos melhor aprendendo a libertar.

O limite entre o amor e a liberdade é desconhecido, mas a gente sempre sabe quando estamos presos em uma estrada que não nos leva aonde queremos. Então é melhor voltar ao ponto inicial e ficar livre para amar de novo e ter a chance de encontrar alguém que queira seguir nossa mesma travessia.

Tente Outra Vez

domingo, 22 de novembro de 2009

Amar, Verbo Irracional


A vida é tão engraçada que colocou no meu caminho 3 animais que estimo muito, nem gato nem cachorro, foram 3 periquitos.

Primeiro chegou um casal, estavam famintos e cheios de piolhos. Levamos ao veterinário, passamos remédio, demos comida e eles cresceram fortes e saudáveis. O macho está tão grande que parece até um Papagaio.

Depois o porteiro do meu prédio achou na rua uma outra periquitinha toda machucada e me entregou. Achei que ela fosse morrer, mas cuidei, dei comida na boca, limpamos os machucados e ela sobreviveu! Ela tem os pés tortos e não consegue segurar comida e dizem que na natureza a própria mãe tenta matar o passarinho “com defeito” por uma questão de amor, pois sabe que com essa deficiência ele sofrerá muito mais tentando sobreviver.

Mas na minha casa tanto ela como os outros são criados com tudo do bom e do melhor. E, além disso, eles vivem soltos pela casa. Por amor a eles, nada de passarinho preso. Eles até tem gaiola, mas fica aberta todo o tempo e eles só entram para comer e dormir... ou quando bem quiserem.

Dizem que os periquitos escolhem seu par, se “casam”, são fiéis e vivem um ao lado do outro até o fim da vida. Pelo que observei dos meus, isso é verdade. O casal de periquitos era super unido, eles dormiam juntos e tão enrolados um no outro que ficavam parecendo uma única bola verde de penas.

Quando a nova periquitinha chegou foi uma briga! A senhora Quita teve ciúmes do seu marido, mas ele não deu bola para a “passarinha” nova no pedaço. Todos ficaram amigos, eles se tornaram o Quito, a Quita e a Quitinha.

E por fim a Quitinha acabou se apegando mais a mim e à minha mãe do que aos outros. Ela gosta de ficar no nosso ombro o tempo todo, dorme comigo embaixo das cobertas quando estou tirando um cochilo no sofá e adora roubar arroz do meu prato.

Engraçado que ela não fala a minha língua, mas a gente se comunica muito bem. As vezes passo perto dela e a vejo batendo as asas, sei que ela quer que eu a pegue. Se estou com pressa pego ela no colo, dou um beijinho e a coloco de novo no chão e ela entende, mas se resolvo ficar deitada no sofá sem ela, a danada começa a gritar até eu pegá-la e deixá-la ali quietinha, apenas deitada comigo. Sinto que a Quitinha me ama de verdade.

Já o casal era tão unido que eles acabaram não se apegando muito a gente. Lógico que quando chego perto comendo uma banana perto deles tenho que distribuir mordidas, ou melhor, bicadas. Se estou comendo algo que eles gostam ai eles vem na minha mão, caso contrário nem ligam para os humanos. Só nos procuram quando anoitecesse para que a gente cubra a gaiola deles.

Mas, como já disse, eles vivem soltos e dou a liberdade deles fazerem o que quiserem, até de fugir.
Nesse sábado de calor insuportável a janela estava aberta, como já ficou tantas outras vezes. Quando olhei o casal de periquitos estava na janela. Não achei normal porque eles nunca tiveram curiosidade de expiar o mundo lá fora.

De repente os dois voaram, um voou para dentro e o outro para fora da janela do 9º andar. Ele ficou e ela se foi num vôo lindo que ainda tive tempo de ver. Não sei se ela assustou com algo ou se seu desejo era mesmo partir para o mundão. Sei que ela se foi e deixou seu marido triste.

O Quito está de cabeça baixa pela casa, procurando nos cantos e gritando pela sua Quita na janela, mas ela não volta. A Quitinha está tentando reanimá-lo, naturalmente resolveu ficar menos com a gente e mais com ele. Tentou até fazer um cafuné, mas ele não deixou. Está curtindo uma fossa danada.

As janelas estão abertas caso ele queira fugir também e ir em busca da sua amada, mas ele não foi.

É, o amor é um sentimento tão forte que vence o raciocínio. Ou seria a nossa capacidade de raciocinar algo tão bruto que é capaz de nos afastar do amor? Só sinto uma coisa: os animais, que são chamados de irracionais, são muito mais competentes na arte de amar do que nós, humanos pensantes. Logo, pense menos e ame mais!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um pouco sobre casal




                Antes de nos casarmos, ou morarmos juntos com alguém, é natural desenvolvermos afinidade com lugares, hábitos e amigos, de forma que criamos um espaço para nós todo particular, com a nossa cara. Inclusive este espaço é um dos pontos que os solteiros dedicam maior atenção ao escolher uma companhia para passar bons momentos juntos (os que não se dedicam deveriam fazer isso...).

                Mas mesmo solteiros temos uma amostra do que é uma vida coletiva, e para uma real noção do que significa, convido o leitor a um momento de reflexão e aprendizado que pode ser levado não só a vida a dois, mas a vida familiar e social.

                Já observaram o que existe no centro das pequenas e de algumas grandes cidades? Uma Igreja ou catedral... Correto? Lembram-se disso? Nas pequenas cidades é claro que estas catedrais são as maiores construções da cidade. A cidade surge em torno delas.

                O prédio mais alto da cidade demonstra o que centraliza seus habitantes, seus valores. Em cidades como São Paulo, Nova York, Tókio, os maiores prédios são os comerciais. Isto deve significar algo, correto?

                Em nossas casas, da nossa família, podemos notar que nosso quarto tem a nossa cara, mas a sala tem um pouco de cada membro da família. No ambiente de trabalho temos muito de nós também, mas reparem que nem sempre isso quer dizer que é positivo (vide as pilhas de papéis, os emails não lidos, e os problemas não resolvidos).

                Notem algo interessante... Assim como as cidades mostram os valores da sociedade, as salas de casa demonstram os valores da família... Antigamente nossos avós tinham na sala as fotos de família.. nossos pais tinham livros, rádio, lembranças.. e hoje temos?? Bem... todos sabem. A grande estante (rack??) da sala sempre é o espelho da família.

                Se atentem no raciocínio da síntese. Vida a dois é isto. É saber ceder um pouco para unir. É saber abandonar velhos elementos individuais para dar espaço a novos momentos coletivos. Tudo isso para formar uma nova “alma”, uma nova personalidade, capaz de tornar duas pessoas tão parecidas que chega a dar medo (sim, verdade, pode dar medo mesmo... porque o ego cobra sua liberdade... mas isto já é uma outra estória...)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Último Beijo

Ela estava numa boa, seguindo sua vida de solteira e envolvida com seus projetos pessoais. Não estava à procura de ninguém, mas também não estava fechada para um possível relacionamento.

Ele buscava um amor para a sua vida, se encantou com Ela e resolveu conquistá-la.

Um começo de romance fantástico, intenso, cheio de emoções e satisfações, daqueles que fazem perder a cabeça e a razão.

Ele fez questão de firmar um compromisso logo no começo, porque queria que aquela mulher fosse somente dele.
Ele disse que Ela era a mulher de sua vida. Todos achavam que em breve eles se casariam e seriam felizes para sempre, pois aquilo era amor de verdade.

Não houve tempo para a rotina, pois foram apenas algumas poucas semanas.
Num sábado eles saíram e tiveram um encontro maravilhoso, com sexo da melhor qualidade e juras de amor.
No domingo Ele apareceu na casa Dela e disse que não dava mais. Falou que a adorava, mas não estava preparado para um relacionamento naquele momento.

Ela nada entendeu, não sabe se fez algo errado, se o problema é com Ela ou se Ele é um Louco.

É possível que as emoções e sentimentos mudem da noite para o dia?

As pessoas possuem fraquezas, se iludem e muitas vezes erram todos os caminhos, mesmo querendo acertar.

Todos nós, alguma vez na vida, já fantasiamos uma situação e depois nos desencantamos com ela. A necessidade de ser feliz faz com que a própria razão se iluda.

Nos momentos de felicidade realmente curtimos e acreditamos que tudo é verdade, pois queremos que tudo dê certo. Até que algo nos acorda e nos coloca no devido caminho. Vem a pancada da desilusão. Triste, mas nos deparamos com a pessoa errada para a nossa vida. Ruim para as duas partes.

Esse desencanto acontece porque há um desencontro consigo mesmo. Não ter a si próprio e não conviver bem consigo mesmo leva a procura desesperada por alguém que resolva seus problemas, que te complete.

Errar não é maldade e nenhum relacionamento tem obrigação de dar certo, mas se não sabe o caminho, melhor procurar um mapa antes. Quem se entrega a uma relação e inesperamente é abandonado, sem um motivo aparente, sofre e fica com marcas e muitas vezes elas vão se espalhando por ai.

Pessoas precisam respeitar pessoas e se respeitar também, afinal situações assim machucam todo mundo. O bom é que tudo serve de lição e vamos aprendendo as regras do jogo do amor. Ou não.

Após dizer que não dava mais e que não podia continuar com aquela relação Ele abriu a porta e já ia saindo, mas parou e voltou.

Olhou para Ela, correu e a abraçou fortemente. Não resistindo Ele a beijou com paixão.

Mas depois se afastou de novo e disse: tchau, nós terminamos, tá? E se foi.

Ela ficou olhando para a porta e chorou pelo último beijo.
(Baseado em fatos reais desabafados por alguém)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Valor do Momento



                Como foi aquela sua última viajem? Aquele fim de semana naquela cidade que você nunca foi? Gostou da Exposição de Artes?

                Está tudo registrado em fotos, correto? Todos amigos apareceram? Já estão todas no Orkut? Facebook? Fotolog?

                A internet parece firmar o fato na foto. Muitas viagens não são consideradas completas antes de postarmos as fotos. Muitas vezes no momento da foto já pensamos “ficará ótima no Orkut”...

                Mas e o valor daquele momento? Será que foi realmente vivenciado?

                Se fosse possível, muita gente ia querer ter certificado de turismo... muitos já guardam a passagem, o ticket, o ingresso, para poder provar que foi!

                Mas poucos, bem poucos, sabem aproveitar realmente o momento de descoberta, de confraternização, de vivenciação. Para estas pessoas as fotos se tornam meros índices... lembretes de momentos importantes...  o valor já está na alma.. a foto é um retrato.

                Aproveite o dia, com ou sem fotos.  Não deixe sua vida se tornar virtual. O personagem do Orkut é que deve depender de você e não o contrário. Ele não é a causa, e sim uma mera conseqüência. Ele não está em primeiro, você está! É melhor seus “amigos” te acharem um idiota e errarem, do que você se tornar um verdadeiro idiota, um hipócrita que tenta mostrar a todos que você é aquela imagem vendida.

                Pensem nisso.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Conceito de Valor

Baseado numa conversa com minha querida amiga - e hoje leitora do Mais Sentido- Elen, a Danete!



                Todos aqueles que buscam o reto caminho encontram em algum momento a sábia orientação de “procurar dentro de si aquilo que quer encontrar fora”. Sem dúvida um conselho de valor, mas, como todos os conselhos e ensinamentos, deve ser contado, pesado e medido.

                A importância, o VALOR, de todos os elementos, materiais ou não, só podem ser definidos quando comparados entre si através de algum critério.

                Sendo assim, evite a solidão e coloque-se ao lado pelo menos dos mais próximos – família, amigos, colegas, sociedade.  Divida suas alegrias, e pese novamente suas tristezas.

     É certeza que seus problemas são importantes, isto não está em discussão!  Mas tenha a consciência de que os problemas de uma criança na segunda série do primário são tão importantes quanto as tuas metas na empresa. Saiba que mesmo aquelas pessoas “ricas” com uma vida perfeita também tem problemas, assim como aquele adulto ou criança no farol que troca a dignidade e orgulho por esmola, ou doces por dinheiro.

     O valor só se define em balanças. Os relacionamentos são as balanças da vida, e também as pontes que nos proporcionam crescimento por trocas. O amor é o que uni. A consciência é a nossa espada, que nos permite decidir o que será ou não excluído.

“Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela, desta forma já se pressupõe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem, desta forma já se pressupõe o mal.
Porque Ser e Não-Ser geram-se mutuamente...”

                                                                                               – Lao Tzu, Tao Te King

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quadrilha


Carlos Drummond de Andrade



João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

sábado, 17 de outubro de 2009

The Goodfellas




                Não sei de vocês, mas eu cresci ouvindo que deveria procurar bons amigos, que somassem em algo. Sem dúvida um conselho de valor.

 Mas também lembro bem do dia que minha mãe disse a meia dúzia de amigos meus que não me dessem ouvidos, pois caso o contrário eles iriam para um “mau caminho”. (É sério, eu me lembro mesmo... foi no dia que inaugurou o Shopping São Caetano, hoje uma galeria triste... eu e uns camaradas estávamos de saída para visitá-lo)

Mais de dez anos se passaram, e completando as lembranças do passado com os olhos do presente, vejo que entre um conselho e outro existe um caminho do meio, um meio termo, em que os amigos se apresentam como um complemento ao caminho que queremos percorrer...

Compliquei? Vamos tentar melhorar...

Lembram-se do “diga-me com quem andas e te direis que és” ???

Pois bem, a sentença é real porque pessoas semelhantes percorrem caminhos distintos, mas semelhante em valor.

Logo, não são as qualidades que unem os amigos, mas os valores! Não interessa se gosto de medicina ou Fórmula 1. Não me importa se você é faxineira ou empresária. Importa sim é seu caráter, sua forma de lidar com vida.

E, mais uma vez, vale a sentença mágica:

“Os opostos se distraem, os dispostos se atraem”
                                                   - O Teatro Mágico

domingo, 11 de outubro de 2009

Na Balada

Uma das coisas mais normais que podemos fazer é ir à uma Balada. Mas o que as baladas nos reservam nos dias de hoje?

Ontem à tarde fui curtir um show de samba no Santa Aldeia com uma turma de amigos. O sábado estava tranqüilo enquanto havia Sol e o álcool ainda não havia subido para a cabeça das pessoas. Foi como uma magia, mas foi só escurecer que o povo pirou.

A faixa etária dos freqüentadores não era baixa, calculo que a maioria do pessoal devia ter em torno de 25 a 30 anos, ou seja, não havia crianças no local. E o local também está longe de ser um desses inferninhos que as pessoas vão quando querem pirar o cabeção, pelo contrário, a casa favorece um público mais tranqüilo e mais envolvido em curtir uma boa música. Mas não adianta, parece que as baladas no geral são assim hoje: uma futilidade assustadora.

Tudo bem que eu sei que estou ficando velha, mas meus amigos bem mais novos também acharam que a coisa está passando dos limites. Todo mundo xaveca e beija todo mundo, sem o menor critério. Ninguém se importa em curtir a pessoa, só ligam para a quantidade de beijos que dão. As bocas se encontram, ninguém pergunta nem o nome, o beijo acontece, já acaba e a pessoa já esta beijando outra em seguida.

Será que isso tem graça? Será que isso é gostoso e é capaz de despertar um tesão maior do que curtir uma pessoa a noite toda? Quero deixar claro que minha posição aqui não é moralista, apenas acho que a qualidade é melhor que a quantidade.

Primeiro, ninguém liga para atração física, saem atirando para todo lado e pegam o que cair na cara primeiro. Acredito que numa balada o gostoso é se deixar envolver de cara por alguém que lhe desperte alguma atração. Ai, se a aproximação acontece e rola algo, quanto mais se curte, maior o prazer. É só com o tempo que o abraço fica melhor, que o beijo se aprimora, que os carinhos ficam mais gostosos.

Recebi tanta cantada que se eu fosse alguma garotinha ingênua eu até poderia me achar gostosa por isso. Outra coisa, a qualidade das cantadas está pior a cada dia.

Algumas coisas, que nem podem ser chamadas de cantadas, me irritavam porque chegavam aqueles caras até bonitos, mas caindo de bêbados falando merda e já querendo beijar. Uns nem falavam nada, já iam em direção à nossa boca e se a gente não está esperta já tomava um beijo sem querer. Quase soquei uns 30.

Outros falavam umas coisas tão sem propósito que me faziam dar risada. Um deles disse que me vestido era lindo, só que eu estava de calça jeans... Minha amiga foi obrigada a dizer para o cidadão parar de beber. Outro disse que se o Charlie me conhecesse ele ia despedir a Lucy Liu e me contratar para o lugar dela em As Pantera... rsrsrs. Essa até que foi engraçadinha, mas isso não é cantada que encante mulher alguma. Eu não sou mais Alice e já não estou mais no País das Maravilhas faz tempo. Será que ainda existem Alices?

Pode ser que essa galera curta alguma coisa, mas acho que curtiriam muito mais se deixassem essa moda de lado e valorizassem as pessoas. Esse tipo de curtição é a mais solitária possível. Você fica com 10 numa noite e não curtiu ninguém, não conheceu ninguém e está sempre sozinho. Você vai para casa sozinho, não tem para quem ligar no dia seguinte, nem um telefonema para esperar e segue sempre só.

Vi homens bonitos fazendo papéis ridículos, vi outros nojentos de bêbados que não despertavam tesão algum. Vi mulheres bonitas caindo do salto, vi decotes sendo invadidos por mãos vindas de todos os lados e numa rotatividade absurda. As mãos entravam e saiam tão rápido que nem dava para sentir tesão.

Um casal se agarrou na nossa frente, saiu caindo em cima de todos, os peitos da menina quase ficaram para fora da roupa e de repente o cara saiu andando, deixando a menina parada ali no meio. Questão de segundos ele começou a agarrar outra ali na frente dela, que passou por ele, deu uma esbarrada forte, mas nem sei se ele a reconheceu. Será que isso foi bom para alguém?

Sei que eu e minha turma adoramos a balada, o show, mas em muitas vezes nos irritamos com essa pegação toda. As meninas com seus namorados ainda tinha algum sossego, mas as solteiras tiveram algum trabalho, porque chega uma hora que irrita esse assédio de bêbados ridículos em cima da gente.

Todos eram assim? Lógico que não. Tinha muito homem interessante no lugar também, mas esses estavam mais de canto, curtindo a música numa boa e bebendo sem compulsão, o que é um baita charme. Mas, como essa é a minoria, os “normais” acabam ficando cada um na sua, de canto e podem até perder oportunidades, porque nessa de não saber quem é quem o melhor é se reservar.

Que em balada não é lugar de arrumar namorado isso todo mundo já sabe, mas eu, como solteira, gostaria de ter o direito de poder curtir uma balada numa boa, dançar, conversar com os amigos, sem ter a obrigação de beijar.

Nem toda pessoa solteira está à procura de alguém, ou de qualquer alguém. E nem toda pessoa solteira está tão carente de carinhos que precisa se sujeitar a qualquer resto. Ao mesmo tempo que todo mundo quer ter alguém na vida, nem todo solteiro está desesperado por isso e muitas vezes é bom namorar com a gente mesmo por um tempo. Quando estamos solteiros devemos aprender a nos conhecer melhor e a nos amar, e não o contrário.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...



Hoje recebi este texto de uma amiga que não veja há um bom tempo, Adriane Endo. Nos descasos da vida podemos sentir tudo, carência, saudade... mas temos que lutar sempre contra a solidão. Por isso nos reunimos aqui.

Obrigada pelo texto, Adriane!
Boa Sexta-feira e um grande beijo a todos.

E não se esqueça do nosso email: maissentido@gmail.com

domingo, 27 de setembro de 2009

Brigar é um Tesão!

Gente, fala sério! Brigar pode ser bom demais e pra lá de gostoso...
Não sei o que os homens pensam disto, mas mulheres adoram uma briga só para poder fazer as pazes...hehehe...



Claro que nós não provocamos brigas apenas para viver o delicioso momento da reconciliação. Não! As brigas acontecem porque tem algo de errado no ar que precisa ser resolvido. Enquanto os homens preferem a calmaria e jogam a sujeira para baixo do tapete para evitar situações constrangedoras, as mulheres adoram uma boa faxina e preferem discutir todos os assuntos que deixam o relacionamento insatisfatório.

Acontece é que a rotina nos incomoda e nós não temos medo de brigar. Somos mais emotivas sim! Existem diferenças biológicas entre homens e mulheres e elas precisam ser entendidas e respeitadas. A parte inferior do cérebro das mulheres, onde são armazenadas as emoções, é maior que a dos homens, por isso sentimos e expressamos tudo com mais intensidade.

Também não brigamos à toa e nem de propósito. Todas as brigas tem fundamento.
Quando um relacionamento se estabiliza o casal começa a se sentir confortável e relaxado. Isso é bom, mas a tendência dos homens é relaxar demais a cada dia que passa e isso vai desmotivar a mulherada.

Quando aquele cara quente por quem nos apaixonamos começa a ficar morno a gente vai reclamar! Essa temperatura faz a gente perder o medo de desestabilizar a relação e vamos brigar.

Entendam uma coisa, quando uma mulher briga por alguma coisa, de forma alguma significa que ela não gosta mais do seu parceiro, pelo contrário! É quando não gostamos que nem brigamos, acabamos terminando a relação. A gente só briga com quem vale a pena e com quem a gente gosta.

Não dá para o cara ficar “coçando o saco” e ainda querer que a gente tenha o mesmo desejo sexual. Mulheres gostam de sexo, aliás, mulheres gostam muito de sexo. Mas gostamos do sexo com contexto, e com pimenta.

Nas nossas fantasias tudo também acaba em sexo. O que acontece é que nas nossas fantasias a historinha é maior, mais rica em detalhes e romantismo. E esse roteiro todo também é carregado de erotismo.

Então, quando nos deparamos com aquele relacionamento tedioso, passamos a ter tempo para reparar em outras coisas, também chamadas de defeitos. Reclamamos, brigamos e esperamos que o parceiro faça alguma coisa!!! E... quer saber? Muitas vezes o que esperamos é que essa coisa seja apenas uma boa pegada!

O sexo após uma briga é muito bom! É um momento de total entrega e de uma busca intensa de prazer. O “fazer as pazes” significa o reconhecimento dos erros, mostra a vontade do parceiro de superar dificuldades. O ato de conversar e de perdoar mostra maturidade e a leitura que nós, mulheres, fazemos de tudo isso é que o parceiro está comprometido em construir um amor.

Isso é uma apologia às brigas? De forma alguma! Ninguém quer brigar, mas relacionamentos perfeitos não existem, algum tipo de conflito sempre vai existir. Resolver problemas é coisa de gente segura, consciente e inteligente, não só no amor mas em todos os aspectos da vida. É fato que somos diferentes e aquele que não estiver disposto a entender e aceitar as diferenças entre os sexos deve repensar a sua opção sexual.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Multiplicidade


                Nossa personalidade é formada por elementos que nos rodeiam. Daí as sentenças “Diga-me com quem andas e eu te direi que és”, “diga-me o que lês e eu te direi quem és” etc etc.

                Quanto mais vivemos, mais floreamos, montamos e criamos o nosso “eu”, a nossa forma de lidar com o mundo. Jung, em sua obra “O Segredo da Flor de Ouro”, faz uso destes elementos para analisar a nossa psique. Ele pede para os pacientes desenharem uma MANDALA, uma figura circular que contém dentro de si diversas cores, formas e elementos que podem ser usados para demonstrar os mais profundos segredos de nosso ID e EGO.

                No post anterior – Um Sentido na Vida - mencionei que se nossa “Planilha” conter muitas linhas será necessário um esforço maior para dar conta de todos os aspectos da vida.

                Esta questão de “multiplicidade” vale para tudo que nos rodeia! Quanto mais interações temos na vida, menor se torna o valor de cada uma. Isto porque é muito difícil para uma única “alma” carregar de uma única vez muitos elementos.

                A nossa vida deve ser o mais sucinta possível. Não precisamos sempre conversar com todos os amigos on line do MSN. Não precisamos e nem conseguiremos dar atenção a todos os nossos amigos do Orkut numa única época.

                Aprenda a aceitar que cada época da sua vida você vai fazer novos amigos e se separar um pouco de outros... e isso não quer dizer que estes “outros” não tem importância... e lembre-se disso também quando alguém se afastar um pouco de você!

                Reduzindo o volume, você ganhará na qualidade e na intensidade de suas interações! E será muito mais fácil ver o “real” valor de cada elemento, pessoa etc.

                Cuidado com os extremos! Não estou dizendo que você deve abandonar seus melhores amigos! E nem para conversar com apenas duas ou cinco pessoas por semana! Use o bom senso!

                Pense nisso!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um Sentido na Vida

                Para todos os efeitos, o companheiro ou companheira é um entretenimento natural, algumas vezes funciona como comédia, outras vezes drama, ação, terror, etc.
                Muitas vezes, quando este entretenimento passa a ser lugar comum, ou quando não temos este entretenimento, e poucos outros, uma voz se faz ouvir na consciência, ou no coração. Uma voz que nos diz que há algo errado, uma voz que dá a entender que sempre esteve lá, mas que foi ignorada ou simplesmente não foi percebida.
                Esta voz costuma questionar nosso caminho, nossa jornada em direção a vida adulta, a vida ativa. E, conhecidência ou não, quando esta voz aparece percebemos que em algum momento nos desviamos do nosso caminho, daquele traçamos enquanto jovens e impetuosos.

                Algumas pessoas queridas costumam me questionar o que fazer neste momento.  Vou tentar traçar uma forma que criei para mim, e que pode servir de exemplo para outros.

                O primeiro passo é identificar a situação atual, começando pela identificação dos pilares da sua vida. Feito isso, vamos olhar para trás e ver como aquele pilar estava no passado, depois ver como está hoje, e aí sim projetar nosso objetivo para o futuro. Este objetivo deve ser acompanhando por um plano de ação, e de um prazo. Sem prazo e ação nenhuma transformação será possível.

Sendo 1 a menor nota, e 10 a máxima, vamos tentar colocar isso no papel:

Pilar
Passado
(5 anos?)

Presente
Futuro
(1 ano?)

Ação
Vida Familiar
8
4
8
????
Vida Profissional
5
8
7
????
Vida Acadêmica
8
8
5
????
Vida Financeira
8
9
10
????
Vida Amorosa
10
2
7
????
Vida Saúde
7
4
10
????
Vida Social
5
7
7
????
Vida ...
..
..
..
..
Vida...
..
..
..
...

Observem alguns detalhes interessantes.
1.       Não é preciso querer ser Nota 10 em todos os âmbitos da vida, e não é demérito não querer mais ser 8 e sim 5;
2.       Se sua lista de pilares for muito maior que a do exemplo, como o dobro, o triplo, é preciso ter o dobro ou triplo do esforço. Esforço para manter a vida agregada, isto é, manter a vida sobre um único eixo, e ser uma pessoa “centrada”. Isto porque fragmentos tendem a se separar quando não estão sobre controle de um “sol central”;

A respeito da ação, é preciso ter em mente uma realidade dura: As vezes temos que destruir o que construímos.

Pense na sua vida como uma grande arvore. Observe que numa arvore nem todos os galhos levam ao topo. E algumas vezes percorremos o caminho da vida por certos galhos laterais, as vezes de grande comprimento, e se nosso objetivo é chegar ao topo da árvore, por ele não vai ser possível...  e neste caso é preciso voltar até o tronco – nosso ego, nosso coração – e ir na direção de um novo galho, o galho certo, aquele que está na direção do céu.

Mas aprendam uma verdade: a “volta” é uma ilusão. Não existe “volta”. Podemos mudar o sentido, mas estamos sempre “indo”, por que os tempos são outros...

E não se esqueçam jamais: se a vida fez de você a pessoal que você é, agora mais consciente do que antes, não há razão para se envergonhar.

Caso precisem de uma luz guia, sigam o conselho do grande mitólogo Joseph Campbell – mentor de grandes produções do cinema como Indiana Jones e Star Wars –  a respeito da saga do Herói (que pode ser vista não só na mitologia das religiões,  como também em filmes, como os citados) em sua preciosa entrevista compilada como “O Poder do Mito”:


Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo".

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O valor do espaço

         Certa vez estava Diógenes, o sábio grego, dando continuidade a sua vida dentro de um barril, quando passou por perto Alexandre – O Grande.
         Alexandre, que havia sido discípulo de Aristóteles, viu sabedoria naquele homem, e com um gesto de bondade, perguntou-lhe:

         - Oh caríssimo sábio, peça-me o que quiseres.

         No que Diógenes respondeu:

         - Não me faças sombra... devolva o meu Sol.

         Alexandre, de tão impressionado que ficou com aquele homem, afirmava posteriormente aos seus amigos:

         - Se não fosse Alexandre, eu queria ser Diógenes...


         Observamos com atenção esta passagem, observemos como os sábios sabem valorizar o espaço alheio e o próprio.

         Agora observemos nós mesmos. Será que temos a mesma sensibilidade?

         Quantas vezes bloqueamos o sol justamente daqueles que mais gostamos! Quantas vezes a ânsia da proximidade nos faz invadir o espaço alheio e fazer sombra a pessoas que possuem um mundo todo pela frente e um potencial para desfrutá-lo.

         E quantas fazem isto conosco!

         Meus caros amigos e leitores, para que a proximidade não seja notada, importante se faz que nos coloquemos na correta posição em relação ao próximo. Abaixo apoiando quando a pessoa precisar ser elevada, e agasalhando-a quando ela precisar ser protegida.

          E como identificar em qual situação a pessoa em questão se encontra?

         - Através da EMPATIA.

         Empatia é a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Para praticá-la, é preciso abrir mão dos interesses próprios, da paixão, do egoísmo, das segundas intenções.

         Para os interessados na arte da sedução, saibam que não é possível utilizar empatia para a conquista, haja visto as características que mencionei acima...

         Aproveitando o ensejo, o que difere o amor da paixão é justamente os interesses egoístas.

         Mas... muito cuidado com o tom pejorativo na citação dos “interesses egoístas” e “paixão”.

         Nenhum casal amoroso se mantém sem paixão. É a paixão que abre espaço para a construção do amor, e sem ela o amor mantêm amigos, família e parcerias em prol de um “alvo” em comum.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um pouco de filosofia



                Seguindo a mesma linha das excelentes palavras do último post da Nádia, gostaria de iniciar uma nova tendência no site, que é uma velha tendência deste velho “escrevedor”.

                Certa vez um discípulo perguntou a Aristóteles qual o melhor caminho para escolher uma esposa, no que recebeu a seguinte resposta:
                
              "Escolha uma mulher e case-se, se ela for uma boa esposa, tu serás feliz, se não for será filósofo, e de qualquer forma sairá beneficiado."


                                                         

domingo, 13 de setembro de 2009

Construindo um Amor

Calma! Antes de mais nada quero esclarecer que isso aqui não será coluna sobre novela e espero que os leitores se dispam de preconceitos antes de ler esse texto.


Ontem, sábado, eu assisti ao final da novela Caminho das Índias. Raj perdoa Maya por um único motivo, que fica claro quando ele olha para ela e diz: “Nós construímos um Amor. Sim, Construímos”.

Quando comecei a assistir a novela achei muito louco esse modo de vida dos indianos em que os noivos são escolhidos pelos pais, com ajuda de Mapa Astral, e praticamente só se conhecem no dia do casamento. A primeira coisa que vem à nossa mente é criticar e rejeitar. Porém é sempre muito bom ter contato com culturas diferentes, refletir um pouco e analisar o que há de bom do lado de lá.

Os indianos são educados a construir um amor a partir do momento em que se casam. Ao formarem um par eles fazem de tudo para desenvolver afinidade e intimidade com o parceiro. Para eles a vida começa após o casamento, pois se preparam e se abrem para o amor.

Nós, ocidentais, fazemos exatamente o contrário. Primeiro nos apaixonamos para só então namorar. Vivemos relações amorosas e, quando o casamento acontece, não somos preparados para os problemas e achamos normal que a paixão vire amizade. Os ocidentais aceitam com frustração a idéia que tudo acaba após o casamento.

Longe de mim querer dizer que algo é certo ou errado, as coisas são apenas diferentes. Mas acho que a idéia de construir um amor é algo de muito positivo que a cultura indiana tem para nos ensinar (porque não?).

Tenho conversado com muita gente ultimamente que está se fechando para o amor por mágoas, frustrações, desilusões e pelas inúmeras tentativas de encontrar a pessoa certa sem sucesso. Ai, como medida de segurança, trancam os corações no consciente, mas continuam com esse desejo guardado no inconsciente de suas mentes.

Idealizamos demais a pessoa perfeita e olhamos de menos para nós mesmos. Muitos querem alguém para resolver seus problemas sendo que o amor é a recompensa para quem resolve seus próprios problemas.

Arrisco a dizer que todo mundo quer ter um amor, homens e mulheres, e ninguém começa um relacionamento pensando em terminar. Existe sempre a esperança de que tudo vai dar certo. Porém, quando as coisas dão errado, a gente curte uma deprê e logo em seguida partimos para uma nova tentativa, porque o ser humano não gosta de ficar sozinho. O pior é que normalmente cometemos os mesmos erros.

Acredito que o maior problema nos relacionamento que não deram certo é que nunca aceitamos que nós erramos. Achamos sempre que o parceiro, ou ex-parceiro, é que não estava a nossa altura e que tinha defeitos. Nós sempre estamos certos.

Nunca ouvi alguém dizer que terminou um relacionamento porque errou, porque falhou, porque não foi competente para fazer a relação dar certo. As pessoas sempre dizem que o outro é que era inadequado, ciumento, possessivo, carente, enfim, como se fôssemos perfeitos e por isso não podemos dar oportunidade de alguém imperfeito viver com a gente.

Construir um amor é diferente. A própria palavra “construir” já remete a algo firme, concreto, difícil de destruir. É não só querer, mas usar todas as ferramentas possíveis para construir um amor cada vez melhor e mais duradouro. É aceitar a pessoa com suas qualidades e defeitos, aprender a conviver, conversar, harmonizar e construir a felicidade de ambos.

E segundo depoimentos dos próprios indianos, tudo se torna melhor e mais gostoso a cada dia. Eles não pensam em quantidade, mas em qualidade. E para desenvolver a qualidade, não é possível ficar trocando de parceiro, é necessário aceitar e trabalhar com o parceiro que eles tem, “que os Deuses enviaram”.

Bem, o Kama Sutra é um exemplo de que a coisa deve mesmo melhorar a cada dia. Para chegar nas últimas páginas é necessário muito trabalho, muita disposição e muita afinidade com o parceiro. Dizem que o prazer que se conquista vale cada sacrifício. Seriam os indianos melhores amantes do que os ocidentais?

Agora, voltando ao nosso mundo, se as queixas entre parceiros são sempre as mesmas, se os personagens só mudam de nome, será que a gente não precisa se dedicar um pouco mais a construir um amor?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vida de Solteiro


            Uma dos erros que este blog não quer cometer é o mais tradicional sermão que os solteiros a longa data estão acostumados a ouvir.            

            Mais importante do que formar um par é estar bem consigo mesmo.
Nossa alma é muitas vezes comparada a água, com todas as suas turbulências e variações.  Alguns sábios nos comparam a uma xícara de chá, e dizem que, antes de preenchermos a xícara, é preciso esvaziar seu conteúdo, deixar para traz o velho para dar lugar ao novo.

Quanto tempo este processo de esvaziar a xícara pode durar? Não há prazo fixo. O tempo age diferente para cada um de nós.

E esta xícara precisa ser cheia? É preciso realmente encontrar alguém? A resposta mais segura é sim. Mas é no detalhe da resposta que vamos compreender a extensão da questão:

- Todo envolvimento é feito por complemento. Devemos ter em mente que não encontraremos numa só pessoa tudo que procuramos e que por isso devemos sempre manter nossos amigos e família, e buscar sempre identificar qual papel cada um deles representa em nossa vida, e assim não vamos sobrecarregar ninguém, nem namorados, nem amigos e nem a família...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Relações Perigosas

O que as pessoas buscam num Par? O que as pessoas buscam quando formam um casal?

Alguns relacionamentos amorosos são construídos como fuga de si próprio. A pessoa está carente ou infeliz com sua própria vida e precisa de alguém para lhe dar um novo rumo, ou algum rumo.

Quando a pessoa se perde totalmente de si mesma o ideal seria parar e se reencontrar. Mas muitas vezes não há forças para isso e elas vão a procura de muletas. O problema é usar as muletas para se levantar e depois não conseguir mais caminhar sem elas.

O ser humano nem sempre agüenta o peso de sua própria história. E nessa situação, qualquer pessoa que se aproximar oferecendo qualquer coisa, já é melhor que nada, já é um recomeço, já é uma nova vida. Aparentemente.

Alguns casais são formados não por amor, mas pela união de pessoas carentes e perdidas que se apóiam e se iludem. Por um tempo elas podem até juntar forças para caminhar e isso pode ser interessante. Mas quando o casal não é formado pelo amor e sim por carências, uma hora a corda arrebenta e alguém sofre.

Quem nunca se deixou levar por alguém num momento de carência e até acreditou que aquilo era amor? Faz parte da vida histórias assim, mas há um limite.

Quando a carência é maior que tudo a pessoa se joga em uma vida emprestada e perde sua personalidade. Ao perder a identidade ela passa a não mais existir. Passa a não ter mais vontades próprias e se vê totalmente dependente do outro.

Ninguém se apaixona por alguém sem identidade e, ao se jogar na vida de outra pessoa, vem o desamor. A parte que não depende, ou que se livrou da dependência, vai sentir falta de alguém que exista e o fim desse relacionamento virá, na maioria das vezes de forma trágica.

Para a parte dependente a quebra desse laço será a morte. A morte é seguida de muito sofrimento, mas também pode morrer alguém sem vida para o renascimento de alguém que existe.

Encarar nossos próprios problemas sozinhos pode ser muito difícil, mas no final das contas é a única forma de resolvê-los. Não há como abandonar sua vida e se mudar para a vida de alguém. Isso não resolve os problemas e sempre causa mais sofrimentos.

Não existem cafajestes (as), cretinos (as), vagabundos (as). Somos nós que fazemos mal a nós mesmos ao embarcarmos em roubadas.

As pessoas que nos querem bem muitas vezes nos alertam, mas colocamos óculos escuros. Aparentemente olhar para a nossa própria vida é mais doloroso do que viver uma ilusão. Podemos até embarcar num relacionamento onde as pessoas carentes buscam conforto uma na outra, mas é importante saber e reconhecer esse campo minado e não se iludir.

Ninguém resolve nossos problemas, relacionamentos que começam como fuga estão destinados a não dar certo, simplesmente porque eles não são construídos por amor, mas pela dor.