"Ó Krishna! Ao reconhecer como meus parentes todos esses homens, que devo matar, sinto os meus membros paralisados..." - Arjuna, Bhagavad Gita, o Cântico do Senhor
É preciso sabedoria para vivenciarmos cada fase da vida em
seu devido momento. Expansão e recolhimento, yin e yang, se alternam em nós num
fluxo perfeito que canaliza a energia nas devidas proporções para os pontos em
que a expressão do Tao se faz necessária para construir, manter ou mesmo destruir elementos, no sentido transformação e busca do equilíbrio.
“A tempo de semear, e tempo de colher.” – Eclesiastes
Na arvore da vida, nem todos os galhos levam a copa. O homem
orgulhoso insiste no caminho que escolheu, nas obras que construiu, se apegando ao efêmero e transitório, cujo tempo de ser passou, e tal qual Arjuna em Kurukshetra – o campo da alma – não vê sentido em lutar contra os seus familiares, que outros não são que não as próprias características da personalidade, que foram cultivadas e lapidadas, muitas vezes expressando virtudes e conquistas .
Mas o sábio, sob o cântico de Krishna, da consciência, tem a humildade necessária para voltar ao tronco da arvore da vida, abrindo mão das obras e das recompensas.
E é no tronco que a centelha está mais próxima a chama.
ECLESIASTES
“Existe um tempo próprio para tudo, e há uma época para cada coisa debaixo do céu:2 um tempo para nascer e um tempo para morrer;um tempo para plantar e um tempo para colher o que se semeou;3 um tempo para matar, um tempo para curar as feridas;um tempo para destruir e outro para reconstruir;4 um tempo para chorar e um tempo para rir;um tempo para se lamentar e outro para dançar de alegria;5 um tempo para espalhar pedras, um tempo para as juntar;um tempo para abraçar, um tempo para afastar quem se chega a nós;6 um tempo para andar à procura e outro para perder;um tempo para armazenar e um para distribuir;7 um tempo para rasgar e outro para coser;um tempo para estar calado e outro tempo para falar;8 um tempo para amar, um tempo para odiar;um tempo para a guerra, e um tempo para a paz.”
Cada qual no seu tempo. O sábio vivencia o próprio tempo e
respeita o tempo dos outros.
Ensinar não é projetar o próprio tempo no discípulo, mas dar
a instrução necessária para que ele possa por si só identificar, vivenciar, e perpassar
os próprios tempos, no sacrifício – sacro
oficio, o trabalho sagrado – da transformação da vitalidade em consciência,
construindo assim a própria sabedoria.
“Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.” – Lao Tsé
OM MANI PADME HUM