Apeirokalia: Falta
de vivências das coisas mais belas; Falta de amor ao bom, belo e
verdadeiro.
A educação grega
consistia em ensinar as pessoas a apreciar o belo e o verdadeiro, sem
a concepção moderna e politicamente correta de que beleza e verdade
são relativas.
A beleza se expressa
através da harmonia, decoro, ordem, simetria, etc.
O feio é o oposto
do belo, mas pode ter valor igual ou maior se considerarmos o poder
de sua expressividade e capacidade de escancarar as coisas como ela
são, vide *Van Gogh, Picasso, as pinturas de Da Vinci. Mas os
artistas que retrataram o feio tinham pleno conhecimento do belo e
optaram por abrir mão dele para expressar algo que julgavam ser de
maior utilidade para os que contemplariam suas obras, de forma
que podemos estabelecer uma diferenciação entre o feio pela
ausência da beleza, e o feio pela instigação da reflexão.
*
Diante do belo nos
tornamos expectadores, sendo que a contemplação não satisfaz, e o
recorte da beleza nos aspectos sensoriais não se sustenta. Por isso a ânsia não passa, de forma que a busca pela beleza e pelo gozo nos
mantêm em constante movimento e deve findar na busca pela beleza
real que transcende as formas e conduz a beatitude, o estado de plena
satisfação.
O amor que podemos
ter pela beleza sensorial é um amor com limites. O amor pela beleza
real é o amor sem limites.
O trabalho é árduo,
mas não precisamos começar do zero e sim buscar os cânones, a
sistematização feita pelos que vieram antes de nós. Resgatar os cânones educa. Identificar o que de melhor já foi feito, elevando
nosso senso estético e crítico para o reconhecimento da beleza, inclusive quando esta transcende os padrões temporais e culturais.
A palavra “Arte”
vem do latim e significa “Técnica”. O artista deve dominar a
técnica através da educação, sendo este um processo individual e autônomo, que pode ser auxiliado pela família e pelo estado.
Sabe mais aquele que
mais viu. Se a única ferramenta que se tem é um martelo, há de se
querer tratar tudo como prego. Se o parâmetros são limitados, os
julgamentos também serão.
Se quer uma vida
bela, boa e verdadeira, ame a beleza, a bondade e a verdade. E vá
atrás do que ama. Galgue, cresça, evolua, estude, eduque-se.
E para que serve a
beleza? Para te fazer suportar a vida.
Você não é
especial. Não é uma pessoa maravilhosa. Conhece-te a ti mesmo, e quando terminar busque consolo na arte e na beleza.
A beleza é um
suspiro, um consolo, um gozo, à dramaticidade da vida. Sem ela
estaríamos perdidos, ou, no sentido religioso, condenados.
Referência:
Professor Tiago Amorin - “A Beleza e Sua Importancia”
Complemento: Documentário “Porque a Beleza Importa”, de Roger Scruton