domingo, 21 de junho de 2015

A vida, cada tempo ao seu tempo...

"Ó Krishna! Ao reconhecer como meus parentes todos esses homens, que devo matar, sinto os meus membros paralisados..." - Arjuna, Bhagavad Gita, o Cântico do Senhor

É preciso sabedoria para vivenciarmos cada fase da vida em seu devido momento. Expansão e recolhimento, yin e yang, se alternam em nós num fluxo perfeito que canaliza a energia nas devidas proporções para os pontos em que a expressão do Tao se faz necessária para construir, manter ou mesmo destruir elementos, no sentido transformação e busca do equilíbrio.
“A tempo de semear, e tempo de colher.” – Eclesiastes
Na arvore da vida, nem todos os galhos levam a copa. O homem orgulhoso insiste no caminho que escolheu, nas obras que construiu, se apegando ao efêmero e transitório, cujo tempo de ser passou, e tal qual Arjuna em Kurukshetra  o campo da alma  não vê sentido em lutar contra os seus familiares, que outros não são que não as próprias características da personalidade, que foram cultivadas e lapidadas, muitas vezes expressando virtudes e conquistas . 

Mas o sábio, sob o cântico de Krishna, da consciência, tem a humildade necessária para voltar ao tronco da arvore da vida, abrindo mão das obras e das recompensas.

E é no tronco que a centelha está mais próxima a chama.
ECLESIASTES
“Existe um tempo próprio para tudo, e há uma época para cada coisa debaixo do céu:um tempo para nascer e um tempo para morrer;um tempo para plantar e um tempo para colher o que se semeou;um tempo para matar, um tempo para curar as feridas;um tempo para destruir e outro para reconstruir;um tempo para chorar e um tempo para rir;um tempo para se lamentar e outro para dançar de alegria;um tempo para espalhar pedras, um tempo para as juntar;um tempo para abraçar, um tempo para afastar quem se chega a nós;um tempo para andar à procura e outro para perder;um tempo para armazenar e um para distribuir;um tempo para rasgar e outro para coser;um tempo para estar calado e outro tempo para falar;um tempo para amar, um tempo para odiar;um tempo para a guerra, e um tempo para a paz.

Cada qual no seu tempo. O sábio vivencia o próprio tempo e respeita o tempo dos outros.

Ensinar não é projetar o próprio tempo no discípulo, mas dar a instrução necessária para que ele possa por si só identificar, vivenciar, e perpassar os próprios tempos, no sacrifício – sacro oficio, o trabalho sagrado – da transformação da vitalidade em consciência, construindo assim a própria sabedoria.
“Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.” – Lao Tsé 

OM MANI PADME HUM

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