quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Travessia




Existem várias teorias sobre como fazer um relacionamento dar certo. E a verdade é que a verdade não existe. Mas a nossa experiência, vinda da travessia já percorrida, indica por quais estradas não vale à pena seguir.

Uma das muitas teorias sobre o amor é a de que os opostos se atraem. O difícil é classificar esta oposição. Oposição a que? Oposição a características físicas e psicológicas ou oposição ao rumo de vida?

Lógico que duas pessoas com personalidades diferentes, como um tímido inteligente e um comunicativo disperso, podem se atrair exatamente por suas diferenças e com isso se completarem.

Solto A Voz Nas Estradas

Existe um ponto, porém, em que não dá para haver oposição. Não há como duas pessoas, que querem seguir por caminhos diferentes na vida, consigam se unir. Independentemente de características opostas, objetivos de vida precisam ser algo em comum.

Se um sonha em casar, em ter filhos e viver no interior e o outro pensa em trabalhar muito na capital e viajar o mundo, dificilmente isso daria certo. Uma pessoa muito família com alguém de vida livre também não combina, assim como um esportista e um boêmio. São ideais de vida muito diferentes para que o relacionamento dê certo.

Quando duas pessoas se encontram e passam a ter vontade de construir um amor é necessário verificar se elas estão dispostas a seguir juntas pela mesma estrada. Por mais diferenças que tenham, se a felicidade que buscam estiver na mesma direção, isso já é um bom caminho.

Minha Casa Não É Minha E Nem É Meu Este Lugar

Muitas vezes nos relacionamos com pessoas que tem objetivos de vida muito diferentes dos nossos, mas nos apegamos por admiração, atração física, apego sexual, carência ou medo de ficarmos sozinhos.

Pensamos que podemos mudar a pessoa ou nos anulamos para tentar fazer com que tudo dê certo. Isso pode funcionar por algum tempo, mas o próprio tempo se encarrega de revelar as verdades. Precisamos aceitar as pessoas como elas são, mas temos a liberdade de decidir se queremos atravessar a vida com elas ou não.

Ninguém termina um relacionamento por causa de uma toalha molhada que ficou em cima da cama, mas porque compramos um bilhete de viagem para o futuro com um destino diferente da pessoa que largou a toalha. Depois que a paixão passa, vem a nossa vida.

Meu Caminho É De Pedras

Temos que tentar, porque é difícil acertar de primeira. Conhecemos pessoas e nos deparamos com as diferenças com o tempo. A parte chata da história é que sempre uma das partes percebe primeiro que esse casal não está seguindo pelo mesmo caminho.

Toda separação é dolorida, mas é algo pelo qual temos que passar justamente para tentar ser feliz, já que junto não é possível.

Quem ouve o “não dá mais” se sente péssimo no momento, porque ninguém gosta de ser rejeitado. É como se tivéssemos sido incompetentes no amor e ninguém gosta de falhar. Mas podemos amar, admirar, ter tesão e querer o maior bem de uma pessoa que não queremos ao nosso lado simplesmente porque escolhemos estradas diferentes para seguir.

Vou Querer Amar de Novo

É difícil abrir mão de quem a gente gosta, mas amar alguém é também deixar a pessoa partir. Existe amor maior do que permitir que a pessoa siga sua travessia e seja feliz? Ainda somos muito egoístas, uma normal característica humana, mas viveremos melhor aprendendo a libertar.

O limite entre o amor e a liberdade é desconhecido, mas a gente sempre sabe quando estamos presos em uma estrada que não nos leva aonde queremos. Então é melhor voltar ao ponto inicial e ficar livre para amar de novo e ter a chance de encontrar alguém que queira seguir nossa mesma travessia.

Tente Outra Vez

3 comentários:

  1. E vc, autora, que caminho quer seguir?

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  2. Olá Anômino!
    Eu ainda estou estudando minha travessia, mas já conheço muitos dos caminhos que não quero seguir. Acho que isso já é um bom passo. E vc?
    Nádia (a autora)

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  3. Pois é, eu acho que o problema está em usar os atributos da mente para "definir" o coração. O que a mente "categoriza" nos mais diversos conceitos (carência, tesâo, cara-metade, fetiche, hábito, etc. etc. etc...), em um eterno processo de isolamento / separação (para a mente definir algo, é necessário separá-lo do restante), o coração por outro lado tenta se unir sem julgamentos... ou seja: para buscarmos equilíbrio em um relacionamento, antes temos que harmonizar nosso coração com a nossa mente! Aiai, é tão mais fácil falar do que fazer, rsrs...
    Ricardo

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