terça-feira, 18 de agosto de 2009

Os Códigos da Convivência

A vida muitas vezes nos separa de pessoas que gostamos e que gostaram da gente, mas que por algum motivo não conseguimos nos entender. A cabeça da gente fica cheia de perguntas, revoltas e quase sem respostas, que só o tempo responde.

Esses dias eu senti necessidade de buscar essas respostas dentro de mim. Bons livros sempre ajudam e acabei lendo sobre os Códigos da Inteligência, do psiquiatra Augusto Cury.

Entre vários códigos um deles me chamou a atenção, que é o código do Altruísmo. Para falar de uma forma resumida o altruísmo é a capacidade de se colocar no lugar dos outros.

Hoje somos cada vez mais fechados em nosso próprio mundo, mas sentimos a necessidade de conviver com as pessoas. Ai surgem os conflitos.

Quando conhecemos alguém e nos abrimos para um relacionamento amoroso pensamos: essa é a pessoa que vai me fazer feliz. Nunca pensamos em nos envolver com alguém para fazer a pessoa feliz, pensamos sempre em nós mesmos. Lógico que queremos alguém feliz do nosso lado e por esse motivo faremos coisas por esse companheiro, mas no nosso EU é mais importante que tudo.

Não acho que isso esteja errado, temos que pensar em nós mesmos, mas viver um relacionamento é se dividir com alguém para depois somar. Como não aprendemos e desaprendemos cada vez mais a dividir, estamos cada vez mais sozinhos.

No começo tudo são flores, mas com o tempo nosso EU prevalece e os desencontros acontecem. Para começar, uma simples briga pode ser o fim.

Julgamos as pessoas com os nossos valores. Não paramos para pensar que nosso companheiro teve uma criação diferente da nossa e outros conceitos de vida. Isso leva ao encontro de personalidades diferentes e que poderiam ser ótimas para se completarem. O que acontece é o contrário, se a pessoa não pensa como nós acabamos julgando que essa diferença é um indicativo que “não fomos feitos um para o outro”. E quem é que pensa como nós? Só nós.

Se fôssemos mais altruístas nos colocaríamos no lugar das pessoas para pelo menos tentar entendê-las. Se somos mais racionais e a pessoa é mais sensível, não podemos impor que a sensibilidade é o errado, é apenas diferente e temos que aprender a conviver com as diferenças.

Tempos atrás briguei com uma pessoa numa crise de TPM. Sei que é difícil para os homens entenderem a TPM, mas acreditem, ela existe. Depois que os hormônios normalizaram eu tentei pedir desculpas. Achei que a pessoa entenderia numa boa porque eu venho de uma família de italianos onde todos brigam e logo se beijam. Mas a pessoa se magoou muito. E quanto mais eu tentava me desculpar, mais eu piorava a história. Quando eu achava que estava usando as palavras mais lindas do mundo, a pessoa entendia como as piores ofensas. A coisa chegou ao fim, por puro desencontro de idéias... E fiquei sem entender nada.

Nenhuma da duas partes havia se colocado no lugar da outra. Ninguém parou para pensar com outros valores, para quebrar preconceitos e nem para tentar entender como o outro se sentia. Os nossos valores são nossos, não são a verdade absoluta.

Uma pena que estudei o código do altruísmo depois do apocalipse, mas achei que fez todo o sentido.

E você, costuma se colocar no lugar das pessoas?

5 comentários:

  1. Sei exatamente do que você esta falando, o mesmo aconteceu comigo na minha ultima crise de TPM, e no final, assim como você as desculpas não resolveram, porque eu assim como você, tenho facilidade para beijar depois da briga, e nao sou italiana, acho que isso é mais personalidade, ou sei la oq. Enfim, depois disso, cá estou eu de novo, novamente, mais uma vez, solteira,rs...

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  2. Pois é, minha amiga, difícil entender. Ontem mesmo estava conversando com o Danilo sobre como homens e mulheres são diferentes. Os homens procuram se afastar dos problemas e das dificuldades de um relacionamento, resolvem a vida de forma mais prática. Já as mulheres abraçam principalmente as situações difíceis e não abandonam. Para um relacionamento dar certo acredito que a gente precisa se colocar no lugar deles e eles no nosso lugar.

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  3. O problema Nádia, é que provavelmente nos colocamos mais no lugar deles do que no nosso. Eles sempre escolhem o caminho mais prático mesmo, a separação, evita desgaste, brigas, diálogo, e nós não sei bem porque realmente nos apegamos as dificuldades, à vontade de cuidar do outro, sei lá, esse instinto materno que carregamos conosco desde que nascemos... Vai entender né, álias, vai tentar conviviver,rs. Não é mto facil...

    Danielle

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  4. Muitas vezes a gente tenta suprir as necessidades do outro e ignora as nossas. Ou faz o oposto, só pensa nas nossas necessidades e ignora as do outro. Daí surgem os conflitos. E, diante da briga, se tentássemos enxergar as coisas com os olhos da outra pessoa, se nos colocássemos em seu lugar para tentar entender como pensa, talvez a gente se entendesse melhor. Não acredito que ninguém magoe ninguém por maldade, acho que as pessoas não estão se entendendo porque não sabem se ouvir.

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  5. Ótimo, li de trás pra frente esse blog e penso que esse texto, fundamenta bem o que fala sobre as Relações Perigosas. Somos sempre vítimas, culpamos sempre os outros, mas nunca nos colocamos no lugar do companheiro(a) para compreendê-lo(a) de acordo com sua própria história e valores. Buscamos sempre a felicidade nos outros e se isso não acontece, os culpamos.
    Acho que o tal código do altruísmo que deveríamos compreender e utilizar resolve bem essas coisas. Meu lema é esse: "Faça aos outros o que vc gostaria que fizessem por vc". Por isso, eu sempre gostei de conversar, bater um papo pra resvoler os problemas, refletir em conjunto para chegar a um denominador comum. Não dói nada. É uma forma adulta de resolver, aparar rebarbas... o mundo seria muito mais bacana se as pessoas se esforçassem para se compreender melhor. Claro que entra aí o grau de evolução de cada um né. Não que eu seja mais evoluído, mas tenho vontade de ser uma pessoa melhor. Gostei do código do altruísmo. Um dia lerei. Abraços

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