quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O que buscar?




Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. Ecl. 1,2


                Dentre tantos elementos que nos cercam, nada há de mais importante do que selecionar aqueles cujos valores estão relacionados com os valores que buscamos e acreditamos que nos transformará numa pessoa melhor, causando não uma “revolta” ou volta ao inicio, mas sim uma evolução, que outra coisa não é senão a elevação de um aspecto a outro patamar mais elevado.

                Mas e se sabemos escolher, mas não sabemos o que buscar? Nada mais comum e simples do que um consenso popular que diz que “devemos buscar a felicidade e fazermos o que nos deixa feliz”. Eu acho que esta simplicidade toda pode ter muitas armadilhas no caminho, pois em direção a felicidade vamos nos deparar com a alegria e a satisfação e ambos sentimentos nos distraem as vezes por muito tempo, tempo este em que ignoramos que dentro de nós existe ainda uma ansiedade que não foi suprimida apesar de todas as nossas conquistas.

                Sendo assim, vamos esclarecer.

Lembram-se que certa fez fizemos a analogia do ritmo com o corpo, melodia com a alma e da harmonia com o espirito? Pois bem, vamos evoluir nisso.

A satisfação ou contentamento está relacionada ao corpo, e é atingida quando as necessidades básicas são alcançadas, por exemplo ao saciar a fome, a sede, o cansaço. Sabe quando você tira aquele sapato apertado? Também existe quando as lacunas do nosso dia a dia são todas preenchidas, por exemplo quando somos pessoas repletas de compromissos e reconhecimento, fazendo parte de uma comunidade ou fraternidade, ou um grande e ativo circulo de amigos etc..

Alegria está relacionada à alma, a melodia, e é alcançada quando um fator externo ou mensurável nos deixa “feliz”, eufórico, por um curto período, por exemplo numa vitória, ouvindo uma  boa noticia, lendo um livro legal ou assistindo um seriado que gostamos. Sendo que para ser mantida é necessário que passemos a vida trocando de obsessões, de focos, pois com o passar do tempo os mesmos vão perdendo o efeito de nos animar (anima, alma).

E a felicidade? Esta se relaciona com os valores espirituais ou altruístas, fruto das ações realizadas não em prol do nosso mérito ou satisfação e sim em prol da evolução de outro ser ou beneficio do ambiente, com desapego dos resultados e sem interesse de reconhecimento, medalha ou premio. Não pode ser comprada, não pode ser dada, mas sim forjada com o suor (corpo) no campo de batalha (alma), e sempre envolve a morte ou abandono dos “familiares”, valores familiares que estiveram sempre conosco, que parecem inerentes a nós, inofensivos e até benéficos, mas que na verdade nos impede de partir para a verdadeira guerra.

Simples? Então beleza, bora trabalhar, é 9h da manhã de uma quinta-feira!

Um comentário:

  1. Entre tantas buscas, a felicidade parece ser nosso grande objetivo de vida. Conseguimos muitas satisfações e alegrias, mas ao olhar para dentro de nós há sempre um espaço reservado para a felicidade que quase nunca está preenchido. Seria utopia buscá-la?

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