domingo, 11 de outubro de 2009

Na Balada

Uma das coisas mais normais que podemos fazer é ir à uma Balada. Mas o que as baladas nos reservam nos dias de hoje?

Ontem à tarde fui curtir um show de samba no Santa Aldeia com uma turma de amigos. O sábado estava tranqüilo enquanto havia Sol e o álcool ainda não havia subido para a cabeça das pessoas. Foi como uma magia, mas foi só escurecer que o povo pirou.

A faixa etária dos freqüentadores não era baixa, calculo que a maioria do pessoal devia ter em torno de 25 a 30 anos, ou seja, não havia crianças no local. E o local também está longe de ser um desses inferninhos que as pessoas vão quando querem pirar o cabeção, pelo contrário, a casa favorece um público mais tranqüilo e mais envolvido em curtir uma boa música. Mas não adianta, parece que as baladas no geral são assim hoje: uma futilidade assustadora.

Tudo bem que eu sei que estou ficando velha, mas meus amigos bem mais novos também acharam que a coisa está passando dos limites. Todo mundo xaveca e beija todo mundo, sem o menor critério. Ninguém se importa em curtir a pessoa, só ligam para a quantidade de beijos que dão. As bocas se encontram, ninguém pergunta nem o nome, o beijo acontece, já acaba e a pessoa já esta beijando outra em seguida.

Será que isso tem graça? Será que isso é gostoso e é capaz de despertar um tesão maior do que curtir uma pessoa a noite toda? Quero deixar claro que minha posição aqui não é moralista, apenas acho que a qualidade é melhor que a quantidade.

Primeiro, ninguém liga para atração física, saem atirando para todo lado e pegam o que cair na cara primeiro. Acredito que numa balada o gostoso é se deixar envolver de cara por alguém que lhe desperte alguma atração. Ai, se a aproximação acontece e rola algo, quanto mais se curte, maior o prazer. É só com o tempo que o abraço fica melhor, que o beijo se aprimora, que os carinhos ficam mais gostosos.

Recebi tanta cantada que se eu fosse alguma garotinha ingênua eu até poderia me achar gostosa por isso. Outra coisa, a qualidade das cantadas está pior a cada dia.

Algumas coisas, que nem podem ser chamadas de cantadas, me irritavam porque chegavam aqueles caras até bonitos, mas caindo de bêbados falando merda e já querendo beijar. Uns nem falavam nada, já iam em direção à nossa boca e se a gente não está esperta já tomava um beijo sem querer. Quase soquei uns 30.

Outros falavam umas coisas tão sem propósito que me faziam dar risada. Um deles disse que me vestido era lindo, só que eu estava de calça jeans... Minha amiga foi obrigada a dizer para o cidadão parar de beber. Outro disse que se o Charlie me conhecesse ele ia despedir a Lucy Liu e me contratar para o lugar dela em As Pantera... rsrsrs. Essa até que foi engraçadinha, mas isso não é cantada que encante mulher alguma. Eu não sou mais Alice e já não estou mais no País das Maravilhas faz tempo. Será que ainda existem Alices?

Pode ser que essa galera curta alguma coisa, mas acho que curtiriam muito mais se deixassem essa moda de lado e valorizassem as pessoas. Esse tipo de curtição é a mais solitária possível. Você fica com 10 numa noite e não curtiu ninguém, não conheceu ninguém e está sempre sozinho. Você vai para casa sozinho, não tem para quem ligar no dia seguinte, nem um telefonema para esperar e segue sempre só.

Vi homens bonitos fazendo papéis ridículos, vi outros nojentos de bêbados que não despertavam tesão algum. Vi mulheres bonitas caindo do salto, vi decotes sendo invadidos por mãos vindas de todos os lados e numa rotatividade absurda. As mãos entravam e saiam tão rápido que nem dava para sentir tesão.

Um casal se agarrou na nossa frente, saiu caindo em cima de todos, os peitos da menina quase ficaram para fora da roupa e de repente o cara saiu andando, deixando a menina parada ali no meio. Questão de segundos ele começou a agarrar outra ali na frente dela, que passou por ele, deu uma esbarrada forte, mas nem sei se ele a reconheceu. Será que isso foi bom para alguém?

Sei que eu e minha turma adoramos a balada, o show, mas em muitas vezes nos irritamos com essa pegação toda. As meninas com seus namorados ainda tinha algum sossego, mas as solteiras tiveram algum trabalho, porque chega uma hora que irrita esse assédio de bêbados ridículos em cima da gente.

Todos eram assim? Lógico que não. Tinha muito homem interessante no lugar também, mas esses estavam mais de canto, curtindo a música numa boa e bebendo sem compulsão, o que é um baita charme. Mas, como essa é a minoria, os “normais” acabam ficando cada um na sua, de canto e podem até perder oportunidades, porque nessa de não saber quem é quem o melhor é se reservar.

Que em balada não é lugar de arrumar namorado isso todo mundo já sabe, mas eu, como solteira, gostaria de ter o direito de poder curtir uma balada numa boa, dançar, conversar com os amigos, sem ter a obrigação de beijar.

Nem toda pessoa solteira está à procura de alguém, ou de qualquer alguém. E nem toda pessoa solteira está tão carente de carinhos que precisa se sujeitar a qualquer resto. Ao mesmo tempo que todo mundo quer ter alguém na vida, nem todo solteiro está desesperado por isso e muitas vezes é bom namorar com a gente mesmo por um tempo. Quando estamos solteiros devemos aprender a nos conhecer melhor e a nos amar, e não o contrário.

2 comentários:

  1. Amiga...

    Parabéns pelo blog, a cada dia vocês estão melhores!

    Solteiras por opção se amam e querem o melhor para si mesmo.

    Nós solteiras felizes buscamos a melhor coisa a se fazer que é curtir a vida com os amigos, sair muito, conhecer muita gente legal, dançar, fazer as coisas de que gostamos e beijar muitoooo.

    Acho que o filme "Ele não está tão a fim de você" deveria ser o filme de cabeceira de todas as solteiras...

    Mas a cantada do vestido foi à melhor da noite... rs!!

    Beijos...

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  2. Amigaaa! ahahahahaha!

    a do seu vestido é lindo, foi a melhor sem dúvida!

    bjos!

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