domingo, 17 de agosto de 2014

Moderação, o bom caminho



“O homem caminha sobre a Terra, 
a Terra pelo Céu, 
e o Céu pelo TAO. 
E o TAO move-se por si mesmo.”
- TAO TE KING

  A natureza tende ao equilíbrio, sempre em movimento, nunca indiferente aos fatores que floreiam o caminho, se adaptando, não se deixando deter pelos obstáculos, e por isto tende a evolução.

  E é pela postura do caminhante que julgamos sua natureza, seu caráter – valor de alma – e, mesmo sem julgamento consciente, é o caráter que define o respeito prestado a pessoa, indiferente dos seus bens ou títulos.


                 “Namastê – Meu Deus interno saúda o seu Deus Interno” – Saudação Hindu

  Desnorteado é uma pessoa sem norte, sem rumo, sem ponto de referência, sem arquétipo a se espelhar. É um termo interessante, sem dúvida, mas ainda mais interessante é que “Norteado” não se refere à pessoa que segue sempre para o norte. O homem norteado é aquele que, uma vez tendo claro seu objetivo, caminha pelos quatro pontos cardeais com consciência (com ciência, com conhecimento), trabalhando cada um dos seus aspectos de forma a agregar em seu semblante as nuances de sua própria natureza que é revelada a cada jornada, a cada cidade que chega e a cada pessoa que cruza o seu caminho.

  E entre a natureza e o norte, traçamos nossas ações não para obter respeito, pois isto seria viver para agradar a terceiros, mas para construir nossa vida da melhor maneira possível, dentro das limitações que todos nós temos. No entanto, o respeito que nos direcionam é sim um parâmetro para avaliarmos a qualidade do que estamos vivenciando.

  Vivenciar o bem, o bom e o belo é sempre construtivo, e isto só é possível através do equilíbrio das ações, que se iniciam internamente e culminam na modificação do meio. E quanto maior o raio de repercussão positiva, mais provável é que estejamos no caminho certo.

  Esta é a saga do herói. Trabalhar internamente os seus valores, buscar sabedoria, vivenciar, transformar a si mesmo, retornar para os seus, disseminar os seus valores, e incentivar para que cada um peregrine sua própria jornada.

  E este é um ponto importante: Peregrinar a própria jornada. Mestre algum que já tenha existido, seja homem, deus ou semi-deus, jamais pediu adoração para si, e sim respeito e reflexão na jornada que levamos. Seguir o arquétipo perfeito não é fazer o que ele fazia, mas sim com a mesma qualidade. Honra-lo não é não idolatrá-lo, mas seguir seus ensinamentos, com equilíbrio, considerando os aspectos que faz de cada um de nós único.

  Vigiar os excessos, refletir sobre os meios, honrar os antepassados que construíram nossas bases, se preparar para o futuro, vivenciar o presente.

  Num mundo de ostentação e excessos, os norteados é que levam a #vida louca.

  E sejam felizes.