domingo, 8 de dezembro de 2013

Eis o Plano


"No caminho é que se vê a praia melhor pra ficar..."
                               - Praieira, Chico Science
                
O plano do homem é o seu castelo, seu refugio e sua maior fragilidade. Todo plano prevê um risco, ou até mesmo um percalço que por sua vez é aquela aventura que em algum grau tínhamos ciência, tal qual aquele controle remoto na beira da mesa que a qualquer minuto irá para o chão, ou aquele amigo que obviamente irá nos criticar por termos convidado noss@ ex para a festa. Tudo isto faz parte do plano.

O plano é importante. É sempre bom ter um plano, mesmo que ele não seja bom, e mesmo que não seja certeza que dará certo.

“Torça pelo sol, mas construa diques”
- Mao Tse Tung.

Porém, mais importante que o plano é o preparo. Planeje dentro possível, mas prepare-se para o imprevisto ou, melhor que isso, deixe espaço para o imprevisto. Não um espaço controlado, gerenciado, como uma montanha russa cujos trilhos estavam lá o tempo todo, mas sim um espaço digno do seu potencial e do seu desejo pelo desconhecido.

Seja atento. Viver as margens do plano requer atenção para identificar qual papel é inerente a cada elemento da estória. À nuvem cabe chover, ao vento conduzi-la, e ao campo receber a chuva e utilizá-la da melhor forma possível.

Para o nosso coração, mais importante que o plano de buscar a pessoa ideal para nos completar é tornarmo-nos dignos da pessoa que idealizamos. O mesmo vale para o seu emprego dos sonhos, ou a nova casa, ou novos amigos.

Seja a nuvem que deseja ser, permita que a natureza @ conduza livremente, seja abert@ a convites e oportunidades, e não force sua permanência onde sente que não é mais o seu lugar.

Seja honesto e conheça a si mesmo.

Sente que não está dando conta do plano? Peça ajuda! Dê aos amigos a oportunidade de participarem da sua vida. Acredite, muitos dos seus amigos do facebook gostariam de verdade que vocês fossem amigos! E os verdadeiros amigos não servem apenas para as noites de baladas e tardes de churrascos, vão muito além disso.

Numa sociedade em que o sucesso do plano é essencial para expor a medalha no mural da vida, as falhas e percalços se tornaram coisas muito pessoais. Somos convidados a compartilhar nossas vitórias de tal forma que admitir que precisamos de ajuda é praticamente uma desonra. Em meio uma era tida como altamente coletiva somos impelidos a lidar com nossos problemas sozinhos e em silêncio. Não seja assim. Não contribua com isso, não compartilhe apenas suas medalhas, e não ofereça apenas o seu “curtir”. Mas não faça drama. Não publique um pedido urgente de ajuda porque seu pai vai ter dar um carro zero depois que se formar e você não sabe qual carro escolher.

Planeje, improvise, seja honesto, ouse, conheça a si mesmo, aceite ajuda, ofereça ajuda, e seja feliz.